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segunda-feira, 18 de julho de 2022
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
sábado, 21 de janeiro de 2017
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Cientistas acharam sonda em cometa
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Espaço,
Tecnologia
Na sombra de um penhasco de uma pedra rochosa a 700 milhões de quilômetros da Terra, um robô do tamanho de uma máquina de lavar chamado Philae passou os últimos dois anos em modo de hibernação. Nós já tínhamos perdido a esperança de achar o primeiro módulo que pousou em um cometa. Até que, aos 45 do segundo tempo, a ciência prevaleceu e conseguiu achá-lo.
No domingo, durante uma segunda volta pelo provável local em que a sonda estava descansando no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a câmera OSIRIS da espaçonave Rosetta obteve confirmação visual da sonda robótica, que estava encravada em uma fenda escura, debaixo de um penhasco.
A foto distorcida da sonda, liberada na segunda-feira pela ESA (Agência Espacial Europeia), é o resultado de uma pesquisa de dois anos que foi intensificada agora, com a aproximação da sonda Rosetta em direção ao cometa 67P, em preparação para um pouso controlado em 30 de setembro.
“Foi uma grande adrenalina ver esta imagem no domingo à noite”, disse Laurence O’Rourke, cientista da missão Rosetta que coordenou a busca ESA pelo módulo Philae, ao Gizmodo. “Após buscar este objeto por tanto tempo na superfície e, finalmente, ter uma imagem dele com esta qualidade de detalhes, foi como um prêmio”.
Vista da Philae no local em que ficou no penhasco Perihelion. Imagem: ESA/Rosetta/Philae/CIVA
Os desafios da busca
A busca pelo módulo Philae começou quase imediatamente após uma aterrissagem tumultuada no cometa em 12 de novembro de 2014. A sonda colidiu durante vários quilômetros durante umas duas horas, antes de ficar estabilizada em uma região rochosa. Pelas fotos tiradas pela Philae durante as horas em que estava desaparecida, antes de suas baterias terem acabado em 15 de novembro, nós sabíamos que a sonda tinha caído em um penhasco escuro apelidado de Perihelion.
O que não estava claro era se a sonda Philae continuou neste lugar, ou se ela tinha sido levada para outro lugar após alguma explosão do cometa. Em qualquer um dos casos, achar a sonda ia ser difícil, dado que a provável localização recebida era iluminada pela luz solar apenas algumas horas por dia.
No entanto, a busca começou com cientistas reunindo uma série de dados — sinais de rádio enviados da Rosetta a Philae, imagens de superfície tiradas durante a órbita da Rosetta e imagens da própria Philae — para tentar chegar a uma provável localização. Uma promissora área elíptica, chamada de Abydos (em homenagem à cidade do antigo Egito) foi rapidamente identificada, mas na verdade achar a sonda com base em voos iniciais realizados pela Rosetta (tiradas a uma altura de 20 km da superfície) mostrou-se uma tarefa quase impossível.
Outra importante pista veio quando a Philae acordou e enviou um sinal de volta à Terra. Como O’Rourke explicou, a sonda contava com dados armazenados sobre a posição do Sol de meses atrás, antes do contato com nosso planeta. “Você poderia pegar estes dados, traçá-los no céu e dizer: aqui é onde a Philae estaria se o Sol estivesse nessa posição”, disse. “Isso ajudou bastante na busca.”
A equipe de O’Rourke conseguiu reduzir o tamanho da região Abydos em apenas algumas dezenas de metros de diâmetro. Porém, apenas recentemente, a Rosetta chegou próximo o suficiente do cometa para conseguir imagens em alta resolução necessárias para achar um robô de um metrô de comprimento na superfície do cometa.
“A distância foi essencial”, disse O’Rourke. “Nós precisávamos estar a menos de 10 km para conseguirmos discernir a Philae das rochas”. Neste caso, um dos desafios era diferenciar a sonda das rochas com gelo, cujas superfícies brilhantes tinham propriedades ópticas parecidas com as dos painéis solares da Philae.
Cometa 67P com a região Abydos circulada em vermelho. A imagem foi tirada da espaçonave Rosetta em 13 de dezembro de 2014, a uma distância de 20 km. Imagem: ESA/Rosetta/MPS for OSIRIS Team MPS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA
Tirando fotos mais de perto do cometa 67P
A Rosetta fez uma série de voos de baixa altitude na região Abydos, fotografando o terreno rugoso de diferentes altitudes e iluminações durante seu curso normal. (Apenas uma vez, após a Philae enviar um sinal de vida para Terra em julho de 2015, o curso da espaçonave foi alterado para ajudar na busca da sonda). Tudo isso enquanto a iluminação continuava fraca, com o Sol migrando para o norte do cometa, em uma situação semelhante com locais da Terra em que os dias de inverno são menores pelo fato de o Sol estar “mais baixo” no céu.
Apesar da luz fraca, as evidências estavam convergindo para um local específico — no caso, no fundo do penhasco apelidado de Perihelion. Além de capturar várias imagens sobre o possível local entre maio e agosto, a equipe usou uma modelagem de superfície em 3D e busca automatizada por imagens para descobrir o paradeiro da sonda. Eles também tiveram sucesso, em diversas vezes, em combinar os sinais de rádio perdidos da Philae à linha de visão que a Rosetta estava buscando.
No entanto, a prova definitiva veio em uma imagem capturada em 2 de setembro, de uma distância de 2,7 km quando a Philae estava na escuridão do penhasco Perihelion. Mesmo com a baixa iluminação, o processamento da imagem revelou vários recursos da Philae, incluindo seu corpo de quase um metro de comprimento e duas de suas três pernas. Vários dos instrumentos de pouso também foram identificados.
“Isso foi como a resolução de um mistério”, disse O’Rourke. “Aos poucos, nós fomos conseguindo mais e mais provas. Nós estávamos convencidos de que a Philae estava naquele local antes da imagem definitiva, porém uma imagem vale por mil palavras.”
A sonda Philae no local em que ficou parada. Imagem: ESA/Rosetta/MPS for OSIRIS Team
A descoberta trouxe mais que a catarse merecida de achar um objeto em um cometa a milhões de quilômetros da Terra. “Além da satisfação e o impacto público de ter achado a Philae e saber onde ela está, este marco nos deu novos dados do aspecto científico da missão Philae”, disse Patrick Martin, gerente da missão Rosetta da ESA, ao Gizmodo.
Durante suas 57 horas de atividade na superfície, a Philae coletou um monte de dados da complexa superfície do cometa 67P, além de nos dar uma noção sobre como são os gases voláteis e moléculas orgânicas presentes no cometa.
Finalmente, o pouso tumultuado da Philae, e a busca posterior para descobrir seu paradeiro, deu aos cientistas e engenheiros uma série de lições para ponderar ao preparar missões futuras. Da parte de O’Rourke, ele exige apenas uma coisa: que todas as sondas que forem pousar em cometas venham equipadas com LEDs emergenciais.
Foto do topo: Sonda Philae foi identificada em um penhasco em 2 de setembro. Imagem: ESA/Rosetta/MPS for OSIRIS Team
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Um novo Planeta descoberto
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Astronomia,
Espaço
Novo exoplaneta descoberto. Pode ser a maior descoberta do século
No que está sendo chamada de uma das maiores descobertas astronômicas do século, cientistas do Observatório Europeu do Sul (ESO) confirmaram ontem (24 agosto) a descoberta de um exoplaneta parecido com a Terra na zona habitável de Proxima Centauri – nossa estrela vizinha mais próxima. Detalhes da descoberta da equipe foram publicados na revista Nature
Por: Jennifer Quellete – Revista Nature
Fonte: Site http://gizmodo.uol.com.br/
Rumores de um possível exoplaneta parecido com a Terra começaram a aparecer no dia 12 de agosto na revista semanal alemã Der Spiegel. Citando uma fonte anônima de dentro da equipe de pesquisa do Observatório La Silla, no Chile, a revista dizia que o suposto planeta “podia ser parecido com Terra e orbita a uma distância de Proxima Centauri que pode permitir a existência de água líquida em sua superfície – um requisito importante para o surgimento da vida.”
Agora sabemos que esses rumores são verdadeiros: existem evidências claras de um planeta orbitando a Proxima Centauri, uma pequena anã vermelha localizada a apenas 4,25 anos-luz de distância, um pouco mais próxima da Terra do que a famosa dupla Alpha Centauri A e B. O planeta está sendo chamado de Proxima b, e a equipe do ESO diz que a sua massa é de cerca de 1,3 vezes a da Terra.
Ele orbita a 7,5 milhões de quilômetros de Proxima Centauri, apenas 5% da distância entre a Terra e o Sol. Mas a estrela dele é muito mais fria do que nosso Sol, então Proxima b fica dentro da chamada “zona habitável” para exoplanetas, com temperaturas suficientes para haver água em estado líquido na superfície.
Desde que o primeiro exoplaneta foi descoberto em 1995, astrônomos já identificaram mais de 3.000 desses corpos celestes orbitando estrelas distantes. “Vivemos em um universo repleto de planetas terrestres,” disse Pedro Amado, do Instituto de Astrofísica de Andaluzia, durante uma conferência para a imprensa. Estrelas anãs vermelhas como a Proxima Centauri em particular são especuladas para abrigar diversos pequenos planetas rochosos parecidos com a Terra.
De acordo com o principal autor e coordenador do projeto Guillem Anglada-Escude, da Universidade Queen Mary, em Londres, as primeiras pistas desse novo planeta surgiram em 2013, mas não havia evidências o suficiente para confirmar a descoberta. A campanha de observação mais recente, chamada Pale Red Dot (porque a Proxima Centauri é uma anã vermelha), foi inspirada na famosa descrição de Carl Sagan de que a Terra é um “pálido ponto azul.”
A equipe de 31 cientistas de oito países diferentes usou o efeito Doppler para detectar uma oscilação fraca no espectro de luz da Proxima Centauri, que se aproximava e se afastava da Terra a cada 11,2 dias. Essa oscilação poderia ser causada pela força gravitacional de um planeta em órbita. Ao combinar dados da campanha Pale Red Dot com dados anteriores coletados entre 2000 e 2014, os astrônomos confirmaram um pico na mudança no efeito Doppler indicativo de um exoplaneta do tamanho da Terra.
Infográfico comparando a órbita de Proxima b ao redor da anã vermelha Proxima Centauri com a mesma região do nosso sistema solar. Imagem: ESO/M. Kornmesser/G. Coleman.
A tecnologia para detectar Proxima b existe há pelo menos dez anos, então por que demorou tanto para astrônomos descobrirem esse planeta? É porque Proxima Centauri está bem ativa, e seu brilho natural pode imitar o sinal de um possível planeta. A equipe usou observações de outros dois telescópios para mapear como o brilho da estrela mudava com o passar do tempo, permitindo a eles excluir a possibilidade de um falso positivo. Há apenas 1 em 10 milhões de chances de que o sinal seja um falso positivo, segundo Anglada-Escude.
Não está claro se esse novo exoplaneta tem uma atmosfera. Como Proxima Centauri é uma estrela bastante ativa, Proxima b sofre de fluxos de raio-X aproximadamente 400 vezes maiores do que os que recebemos aqui na Terra, e isso pode fazer qualquer atmosfera desaparecer.
Mas Ansgar Reiner, da Universidade de Gottingen, na Alemanha, diz que isso depende de como e quando o planeta foi formado. Ele foi formado distante, com água presente, e então migrou para perto da sua estrela, ou ele se formou já perto de Proxima Centauri? O segundo cenário tornaria mais possível a existência de uma atmosfera.
“Existem muitos modelos e simulações que produzem resultados diferentes, incluindo possíveis atmosfera e água,” disse Reiners. “Não temos ideia, mas a existência [de uma atmosfera] é certamente possível.” Isso cairia bem para a possibilidade do planeta abrigar vida. E a proximidade relativa ao nosso sistema solar facilita a exploração robótica que pode ser viável dentro de uma geração.
“A vida de Proxima é de muitos trilhões de anos, quase mil vezes maior do que a vida restante do nosso Sol,” disse Abraham “Avi” Loeb, da Universidade de Harvard, que tem uma cadeira no conselho da iniciativa espacial Breakthrough Starshot do bilionário russo Yuri Milner, ao Gizmodo. “Um planeta rochoso habitável ao redor de Proxima seria a localização mais natural para onde nossa civilização poderia aspirar uma mudança depois da morte do Sol, daqui a cinco bilhões de anos.”
Renderização artística da superfície de Proxima b. Imagem: ESO/M. Kornmesser
Anunciada em abril, a iniciativa Breakthrough Starshot é um programa de pesquisa e engenharia de US$ 100 milhões que visa preparar a base para as futuras viagens interestelares. O primeiro passo envolve a construção de “nanonaves” movidas a luz que podem viajar a até 20% da velocidade da luz. Tais espaçonaves conseguiriam chegar ao sistema estelar Alpha Centauri em cerca de 20 anos após o lançamento. Atualmente, os cientistas do projeto tentam demonstrar a viabilidade de usar feixes de laser potentes para impulsionar uma vela leve.
De acordo com Loeb, a descoberta de um planeta potencialmente habitável ao redor de Proxima Centauri oferece um excelente alvo para uma missão de reconhecimento. “Uma espaçonave equipada com uma câmera e vários filtros pode tirar fotos coloridas do planeta e verificar se ele é verde (abrigando a vida como conhecemos), azul (com oceanos de água na superfície), ou apenas marrom (com rochas secas),” disse ao Gizmodo. “A curiosidade em saber mais do planeta – mais importante de tudo, se ele abriga vida – vai dar à Iniciativa Starshot um senso de urgência na busca por mais fatos sobre o planeta, especialmente aqueles que não podem ser conferidos com os telescópios existentes na Terra.”
“Nós certamente esperamos que dentro de uma geração, lancemos essas sondas,” disse Peter Warden, do Breakthrough Prize Foundation, durante o anúncio – talvez até 2060. “Sabemos que há ao menos um alvo bastante interessante dentro do nosso sistema proposta. Podemos conseguir as imagens para saber se há vida lá, talvez até vida avançada. Essas são as grandes questões, e eu acho que elas serão respondidas ainda neste século.”
Foto de abertura: Conceito artístico do planeta Proxima b orbitando a estrela Proxima Centauri. Imagem: ESO/M. Kornmesser.
Fonte: Luis Pellegrini
quinta-feira, 19 de maio de 2016
quarta-feira, 2 de março de 2016
Asteróide vai passar perto da terra em março 2016
Um asteroide com cerca de 30 metros de diâmetro — capaz de produzir danos, portanto — deve passar de raspão pela Terra nos primeiros dias de março, mas não deve colidir, segundo a Nasa. Confira esse e outros eventos celestes do mês, como um eclipse solar e uma ocultação de Aldebarã pela Lua, além de uma agenda dos principais eventos da exploração espacial.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
terça-feira, 9 de junho de 2015
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Doze mil relatos de OVNIs disponíveis na internet
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Curiosidades,
Espaço
São mais de 12 mil indicações de possíveis objetos extraterrestres avistados no território do país entre 1947 e 1969, tempo em que o projeto esteve em atividade. Destes, segundo o jornal inglês, 701 casos continuam sem uma explicação. Entre os solucionados, há aviões e casos de delírios.
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Imagem de documento Projeto Blue Book - Divulgação |
Quer conhecer mais sobre o projeto, clique aqui (Project Blue Book Collection)
domingo, 16 de novembro de 2014
sábado, 15 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
Anéis em torno de asteoide
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Espaço,
Infomativos
26.março.2014 16:04:42
Brasileiros descobrem anéis semelhantes aos de Saturno em torno do asteroide Chariklo
Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
Pergunta para o próximo vestibular: Imagine um objeto arredondado, que gira em torno do Sol e está rodeado de anéis. Que objeto é esse?
A) Júpiter; B) Saturno; C) Urano; D) Netuno; E) Um asteroide do qual você nunca ouviu falar; F) Todas as alternativas anteriores estão corretas
Acredite se quiser, mas a resposta certa, a partir de hoje, é F.
O nome do tal asteroide do qual você (provavelmente) nunca ouviu falar é Chariklo. Ele tem 250 km de diâmetro, vive entre as órbitas de Saturno e Urano, e é o primeiro objeto “não planeta” com anéis descoberto até agora no sistema solar, segundo um estudo internacional liderado por brasileiros e publicado na última edição da revista Nature.
Até agora, acreditava-se que apenas os quatro planetas gigantes tinham anéis. Os mais famosos e espetaculares são os de Saturno, mas Júpiter, Urano e Netuno também possuem anéis, ainda que de menor proporção e bem menos brilhantes (a ponto de serem “invisíveis” nas fotos que vemos normalmente).
A descoberta de anéis ao redor do pequeno Chariklo foi uma surpresa para os próprios pesquisadores, que estavam de olho no asteroide por outros motivos, mais “rotineiros”. Em 3 de junho de 2013, Chariklo passou exatamente em frente a uma estrela, ocultando sua luz por um breve momento do ponto de vista de um observador na Terra. Astrônomos sabem quando esses eclipses (conhecidos, mas especificamente, como “ocultações”) vão acontecer e aproveitam esses eventos para estudar uma série de características dos objetos que causam a ocultação — por exemplo, para medir seu tamanho com maior precisão.
Foi o que planejaram fazer os pesquisadores nesse caso. Na noite de 3 de junho, 13 telescópios em 4 países (Brasil, Chile, Argentina e Uruguai) foram apontados para a estrela que seria ocultada por Chariklo. O resultado foi melhor do que se esperava: não só eles detectaram claramente o eclipse (de 12 segundos) causado pelo corpo principal do asteroide, mas também duas rápidas ocultações de brilho da estrela, 10 segundos antes e depois dele, causadas pelos seus anéis.
“Foi realmente uma grande surpresa. Não imaginávamos que poderia haver anéis ao redor de pequenos objetos como esse no sistema solar”, disse Felipe Braga Ribas, pós-doutorando do Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, que planejou e coordenou a campanha de observação da ocultação.
Análises posteriores dos dados permitiram determinar características detalhadas do sistema. São dois anéis, que os pesquisadores apelidaram de Oiapoque e Chuí: um muito denso, com 6,6 km de largura (mais interno); e outro bem menos denso, com 3,4 km de largura (mais externo); com um vazio entre eles de 8,7 km; posicionados a 400 km do centro do asteroide. Os cientistas acreditam que eles sejam compostos em grande parte por partículas de água congelada (gelo) e que tenham se formado após uma colisão de Chariklo com outro objeto, que produziu uma nuvem de detritos ao redor dele.
“São anéis parecidos com os de Saturno, muito brilhantes. Seria muito fácil vê-los se estivéssemos próximos”, disse Braga Ribas. O formato do corpo de Chariklo não é conhecido com exatidão, já que ele é muito pequeno para ser observado diretamente (como se faz com os planetas), mas é provável que ele seja um esferoide irregular, como outros asteroides. Ele está 16 vezes mais distante do Sol do que a Terra.
O trabalho é assinado por mais de 60 pesquisadores de 34 instituições, em 12 países, incluindo Braga Ribas e outros 10 brasileiros. Além do ON, participaram pelo Brasil o Observatório do Valongo/UFRJ, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho/FPTI-BR, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Instituto de Física e Química de Itajubá (MG) e Universidade Estadual Paulista (Unesp-Guaratinguetá).
A principal observação dos anéis foi feita com o telescópio dinamarquês (Danish) do Observatório La Silla, parte do Observatório Europeu do Sul (ESO), instalado nos Andes chilenos. Também contribuíram os observatórios brasileiros SOAR (também nos Andes chilenos), de Ponta Grossa e deFoz do Iguaçu.
FOTO: Ilustração de como seria a vista da superfície de Chariklo, com os anéis à vista e o Sol ao fundo. Crédito: ESO/L. Calçada/Nick Risinger
Clique aqui para ver mais detalhes, imagens e vídeos de Chariklo, produzidos pelo ESO: http://migre.me/ivWuX
Implicações. Segundo Braga Ribas, é provável que outros objetos pequenos do sistema solar também tenham anéis. “Seria muita sorte termos detectado o único sistema com anéis logo na primeira ocultação”, afirmou, em resposta ao Estado, numa coletiva de imprensa realizada pela internet. “Imagino que existam muito outros sistemas como esse por aí”, completou, destacando que a ocultação é o único evento que permite fazer esse tipo de detecção.
Descoberto em 1997, Chariklo é o maior asteroide conhecido de uma classe de objetos chamadosCentauros, que orbitam o sistema solar entre Júpiter e Netuno. Entre 400 e 500 deles são conhecidos, dos quais 15 estão sendo monitorados pelo grupo de pesquisa. A próxima ocultação de Chariklo agendada para observação deverá ocorrer em abril, na África. “Vamos tentar observar e detectar novamente os anéis”, disse Braga Ribas.
“Será muito interessante tentar encontrar anéis também ao redor de outros asteroides”, acrescentou Bruno Sicardy, co-autor do trabalho no Observatório de Paris. Ele quer entender porque os objetos docinturão principal de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, não têm anéis — muitos dos quais são maiores do que Chariklo e já foram observados por ocultações. “Chariklo pode ter algo que os outros asteroides não têm; alguma condição especial”, disse.
Os pesquisadores acreditam que Chariklo seja um asteroide de origem “transnetuniana” — ou seja, formado originalmente nas periferias mais geladas e distantes do sistema solar, além da órbita de Netuno –, que migrou para o interior do sistema solar mais “recentemente” (nos últimos 10 milhões de anos). É provável que seus anéis tenham se formado lá fora e foram mantidos durante o processo migratório.
Novo planetoide. Outra notícia interessante saída dessa periferia do sistema solar é a descoberta de um novo planetoide parecido com Sedna, o maior e mais distante dos objetos transnetunianos identificados até agora. O nome de registro dele — até que seja batizado com um nome “popular” — é 2012VP. Ele é, essencialmente, uma bola de gelo de 450 km de diâmetro que orbita o Sol numa trajetória ovalada e descentralizada, que faz ele se deslocar de 80 vezes (no ponto mais próximo) a 452 vezes (no ponto mais distante) a distância entre o Sol e a Terra.
A descoberta, assinada por Chad Trujillo e Scott Sheppard, está publicada na mesma edição da revista Nature, e representa mais uma peça no quebra-cabeça que os astrônomos tentam montar para explicar a formação do sistema solar e a atual composição dos seus limites mais extremos. Sedna e 2012VP são, por enquanto, os dois únicos integrantes conhecidos de uma população de objetos gelados que povoam uma região do espaço chamada pelos astrônomos de Nuvem Interna de Oort, que “começaria” a 50 vezes a distância entre o Sol e a Terra — muito além da órbita de Netuno e até do Cinturão de Kuiper, o aglomerado de corpos gelados que inclui o “ex-planeta” Plutão.
Trujillo e Sheppard estimam que haja algo em torno de 900 outro objetos parecidos com Sedna e 2012VP apenas na região do céu observada por eles. Não só isso, mas é possível que haja “lá fora” um objeto oculto, 10 vezes maior do que a Terra, cuja influência gravitacional estaria determinando essas órbitas “malucas” dos dois planetoides e outros objetos transnetunianos. Imagine só!
Sedna, com 1 mil km de diâmetro, é o objeto mais distante conhecido do sistema solar. O ponto mais próximo de sua órbita o coloca a 76 vezes a distância entre o Sol e a Terra (76 unidades astronômicas, ou AU) — mais próximo da estrela do que 2012VP. Em seu ponto mais distante, porém, ele chega a incríveis 1.000 AU.
Fonte: http://oesta.do/1l4XgLH
Siga o autor: Twitter: @hertonescobar; e Facebook: http://goo.gl/3wio5m
segunda-feira, 10 de março de 2014
Planetas descobertos
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Espaço,
Infomativos
Mais quatro mundos habitáveis
POR SALVADOR NOGUEIRA
06/03/14 05:55
Concepção artística de um dos planetas recém-descobertos, em torno de uma estrela anã vermelha
Um grupo internacional de pesquisadores, fuçando dados de arquivo de busca por planetas fora do Sistema Solar ao redor das menores e mais comuns estrelas do Universo, encontrou oito novos candidatos, dos quais possivelmente quatro são mundos habitáveis.
Todos entram na categoria das “superterras” — planetas maiores que o nosso, mas mais modestos que Netuno, o menor dos gigantes gasosos em nosso Sistema Solar. O mais próximo está a apenas 17 anos-luz de distância, uma ninharia em termos cósmicos. (Um ano-luz é a distância que a luz atravessa em um ano, cerca de 9,5 trilhões de quilômetros.)
Ele orbita a estrela Gliese 682 e tem uma massa mínima 4,4 vezes a terrestre — o que faria dele um planeta com 1,5 vez o diâmetro do nosso planeta, se tivesse a mesma composição. Ele completa uma volta em torno de seu sol a cada 17 dias terrestres.
O sistema mais interessante dentre os recém-descobertos, contudo, pertence à estrela Gliese 180, a 38 anos-luz de distância. Lá, dois planetas diferentes se encontram na chamada “zona habitável” — a região do sistema planetário em que um planeta do tipo terrestre seria capaz de preservar água em estado líquido na superfície. Trata-se da condição mais essencial para a vida como a conhecemos. O mais interno deles dá uma volta em torno de seu sol a cada 17 dias, e o mais afastado completa um ano em 24 dias.
Finalmente, o quarto mundo habitável descoberto pela equipe liderada por Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, gira em torno de Gliese 422 e completa uma translação em 26 dias.
Não é o caso de estranhar que todos esses mundos, apesar de receber radiação mais ou menos equivalente à que a Terra ganha do Sol, completem seus giros anuais tão mais depressa que nosso mundo, que executa uma volta a cada 365 dias. O Sol é uma estrela amarela, bem maior que as anãs vermelhas a que o estudo diz respeito. Quanto menor a estrela, mais perto dela fica a zona habitável.
O estudo, feito com dados colhidos pelos instrumentos HARPS e UVES, ambos do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, foi publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”.
Para descobrir os oito novos planetas e confirmar a existência de outros dois já apontados por outro grupo, a equipe analisou dados de 41 estrelas anãs vermelhas. Uma análise estatística sugere que planetas de baixa massa — muitos deles possivelmente réplicas da Terra — são extremamente comuns ao redor desses astros. Os resultados sugerem que cada uma dessas estrelas deve ter pelo menos um planeta de baixa massa, e possivelmente muitos mais.
A notícia é sobretudo animadora porque as anãs vermelhas representam 76% de todas as estrelas da Via Láctea. Deve haver Terra para tudo quanto é lado na nossa vizinhança. E as atmosferas desses mundos poderão em breve ser estudadas pelo Telescópio Espacial James Webb, que a Nasa quer lançar em 2018 para suceder o Hubble. Talvez daí venham os primeiros sinais de vida extraterrestre. A busca está esquentando.
Fonte: Folha de São Paulo
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